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7 de outubro de 2012
Sinais de Redemocratização e Impeachment
(Texto reflexivo sobre analogia do Professor Nicolau Sevcenko - ver http://www.youtube.com/watch?v=4A_miH1U01A)
A analogia do Professor Nicolau Sevcenko é profunda e lida com a esperança humana. Por instinto, sempre esperamos dias melhores. Minha avó recita um ditado que combina com o pensamento de Sevcenko: “não há bem que sempre dure, não há mal que nunca termine”. Um provérbio consolador e, ao mesmo tempo, sublinha a oscilação terrena dos nossos dias marcados pela alegria e a tristeza.
No cenário político brasileiro podemos citar muitos momentos em que a guinada para a consolidação de um país democrático e próspero pudesse ser concretizada, no entanto, a trajetória dessas aspirações não se deu de forma retilínea e certeira. Um exemplo, que este mês completa 20 anos no dia 29 de setembro, é a eleição direta de Collor, em 1989, no processo de redemocratização e seu impeachment em setembro de 1992.
Os brasileiros, desde o golpe militar de 1964, desabituaram-se forçosamente de comparecer às urnas para eleição presidencial. Militares “linhas-duras” se sucediam no executivo nacional, nos anos de chumbo comunistas, intelectuais, jornalistas e artistas eram mortos e exilados. Com o advento do governo Geisel os primeiros sinais de redemocratização começaram a despontar, ainda que encobertos por intensa névoa que demoraria anos para se dissipar. A eleição indireta de Tancredo Neves e seu falecimento em meados dos anos 80 despertou comoção nacional, a esperança da redemocratização, em parte se esvazia, em outra permanecia com Sarney (embora apoiasse a ditadura militar). Os relatos da minha mãe são contundentes a esse respeito: minha irmã ingressante na pré-escola teve o nome de sua escola mudado para Tancredo Neves em Encantado, RS. Cansada de tantas notícias e tumulto pelo nome da escola, reclamava para minha mãe: "Não aguento mais! Tudo é esse tal de "Tranqueiro"!"
Em 1989, anunciam-se as eleições diretas para presidente. Uma vasta lista de candidatos é lançada. O jovem Fernando Collor de Mello é destacado pela imprensa nacional como uma alternativa viável e inovadora para o país. Cria-se o Partido da Reconstrução Nacional para apoia-lo. Altamente educado em comparação com seu principal concorrente, Lula, Collor representava a esperança para a superação brasileira frente ao caos econômico em que o país estava mergulhado.
Sua vitória representou o pico da montanha russa. A queda foi breve. O desvio de dinheiro liderado por PC Faria e a família Collor fizeram com que a população saísse as ruas e pedisse o afastamento do presidente. Altos e baixos da história brasileira.
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