A terminologia ensino à distância e educação à distância denota diferença de conceitos. O primeiro termo não abrange o aprender do estudante e do professor, apenas indica um ato unilateral da função docente: ensinar, transmitir conhecimento. Por outro lado, a nomenclatura educação à distância é mais abrangente, indicando a formação do individuo.
A educação à distancia é aquela em que as aulas ocorrem de modo majoritariamente não-presencial, com algumas horas obrigatoriamente em sala de aula. Dentro deste módulo de ensino existem diferentes abordagens, há ensinos à distancia oferecidos por transmissões de satélites ou com plataformas virtuais, nas quais professores e estudantes interagem por meio de fóruns, pesquisas, blog, chat, entre outras ferramentas disponíveis.
Belloni, professora na Universidade Federal de Santa Catarina, estudiosa dos processo de educação à distancia explica que esta pode ser entendida “como parte de um processo de inovação educacional mais amplo que é a integração das novas tecnologias de informação e comunicação nos processos educacionais” (2002, p.123) .
Certamente muitas das ferramentas criadas para a educação à distancia poderiam otimizar até mesmo o ensino regular, aproximando pedagogia e tecnologia - a linguagem falada pelos estudantes da sociedade pós-moderna. É claro que em uma sociedade marcada pelas desigualdades como a nossa, esta não é uma condição homogênea e uniforme, mas, um ponto a ser considerado.
A educação à distancia está em expansão por possibilitar a democratização do ensino, permitindo que um maior número de pessoas venha a cursar o ensino superior seja cursos de graduação ou tecnólogos – outra tendência da atualidade. Esta democratização do ensino atende a uma necessidade do mercado que precisa com urgência de pessoal qualificado para as mais diversas áreas de trabalho. O educação à distancia ainda apresenta a vantagem de ser menos onerosa em comparação com a regular.
Este modo de fazer educação exige um perfil específico de aluno e de professor. O ideal é que o professor seja dinâmico, possua domínio de conteúdo, domínio da tecnologia, ou seja, das ferramentas da educação à distância, ser disponível, acessível no ambiente virtual, assumindo a condição de mediador. Do aluno de EaD espera-se que apresente autonomia, disciplina, que possua domínio das ferramentas que fará uso e que seja ativo no processo de aprendizagem.
Um projeto pedagógico de educação à distancia precisa priorizar leituras reflexivas, formas de discussão, integração e socialização dos conhecimentos, das ideias e dúvidas que surgiram a partir destas mesmas leituras. Fundamentalmente serão estas leituras e discussões que auxiliarão os estudantes a atingirem os objetivos traçados.
Além disso, é importante contemplar a interdisciplinaridade e a formação integral do individuo. Metodologicamente é essencial que preveja o uso de instrumentos e atividades diversificadas dentro do ambiente virtual, por exemplo. A plataforma em uso precisa ser um grande fórum de debates, constantemente acessada por todos. É função dos professores manterem este ambiente com uma profusão de ideias, argumentos e debates a partir de questões e propostas que promovam a participação de todos os envolvidos no processo.
Outro aspecto, tratando-se de cursos de graduação e pós-graduação seria a previsão da construção de um banco de monografias, dissertações e teses online para a armazenagem e consulta das monografias produzidas pelos estudantes do curso, já que a publicação de todas em forma de livro, por vezes, é inviável financeiramente. O projeto político pedagógico certamente precisa contemplar a socialização do conhecimento. Assim, reconhecimento como instituição de pesquisa e divulgação cientifica poderia vir a partir da proposta de construir uma revista registrada (ISSN) online.
Assim, como os projetos políticos pedagógicos da educação regular precisam ser constantemente revisados para que possam atender as necessidades presentes e futuras, com os projetos pedagógicos da educação à distancia não é diferente. Há que se estar sempre pesquisando e encontrando melhores maneiras de formar o indivíduo dentro desta modalidade de ensino sem fronteiras.
Referência Bibliográfica
BELLONI, Maria Luiza. Ensaio sobre a educação à distância no Brasil. Educação & Sociedade, ano XXIII, no 78, Abril/2002, p. 117 – 142.
Referência Bibliográfica
BELLONI, Maria Luiza. Ensaio sobre a educação à distância no Brasil. Educação & Sociedade, ano XXIII, no 78, Abril/2002, p. 117 – 142.
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