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11 de junho de 2007

Bravo! Bravo! Brava fico eu!

Caminharei agora por um assunto que não sou perita. Aventurar-me-ei a tecer algumas palavras sob minha ótica de cidadã, daquilo que enxergo como eleitora. Pois bem, inicio falando daquilo que me motivou a escrever sobre o assunto. Como sou estudante residente na faculdade, às vezes, devido à rotina não consigo acompanhar os noticiários e, por conseguinte, sou impedida de exercer minha função fiscalizadora de cidadã brasileira. E nestes dias de final de semestre, os dias foram tipicamente universitários para mim: vi livros e livros, escrevi inúmeras páginas e dediquei-me exclusivamente às minhas tarefas acadêmicas, esquecendo-me que vivo em um país, estive confinada a minha própria órbita.
Hoje, véspera de feriado, resolvi entender-me com minha consciência de brasileira e acessei um site de um determinado jornal para interar-me do andamento da pátria amada, idolatrada, salve, salve. E salve mesmo. Das 13 notícias do caderno de política (fosse eu supersticiosa, já incluiria em minhas observações o fato de serem 13 notícias), 7 tinham como assunto principal a corrupção, uma outra falando a respeito que os magistrados estão contra a corte, uma falando do derrame que o deputado Clodovil sofreu, a câmera tentando abrir uma CPI e mais algumas do gênero. Ou seja, para início de conversa, já seriam 53,8% das notícias relacionadas aos escândalos do governo, e as demais sem grandes contribuições para o povo.
Antes de prosseguir, gostaria de esclarecer alguns termos. Política é um termo derivado do grego, um adjetivo originado de polis – politikós – e diz respeito a tudo que faz parte de uma cidade, ao urbano, ao civil, ao público e ao social. Política é um campo de estudos da esfera de atividades humanas articuladas às coisas do Estado, e não ao seu próprio umbigo. Sabe o brasileiro o que significa isso?
Frustro-me cada vez que abro o jornal. Sinto-me na platéia de uma grande tragédia. Ao folhear as páginas de um jornal, sonho com o dia que lerei 13 notícias, ao menos, das medidas e das ações que o governo está implantando para melhorar a vida de cada brasileiro. Mudanças na economia, novos projetos para a educação, medidas para preservar o meio-ambiente, incentivo aos agricultores, investimento em infra-estrutura, planos para acelerar o crescimento do país, etc. Mas, não é a realidade do momento.
Gostaria de ter a visão de Clark Kent e ver os bastidores, os verdadeiros atores, porque não acredito que os bastidores que a imprensa revela, como a corrupção, sejam reais. Calma, não estou justificando ninguém, acho que coisas muito maiores se passam por detrás dos cenários políticos nacionais e penso que o que nos é mostrado é só um passatempo: coisas triviais para nos desviar a atenção e nos impedir de ver o que realmente provoca o retrocesso ou a paralisia do Brasil.
Neste exato momento, discursa dois andares abaixo do meu quarto um Ministro. Infelizmente, não sei de qual área e nem sei seu nome. Fui informada de sua estada pelo campus onde estudo hoje e a palestra é privado aos estudantes do direito, posso ver vários carros oficiais pela minha janela. Isto me leva ao pensamento, que para alguns é um tanto utópico, mas para mim é algo razoável pensar que as mudanças que precisam ser feitas não estão tão longe do alcance de nossas mãos. Penso que o governo não se encontra tão longe da minha casa, penso de que maneira eu posso contribuir para a mudança.
Bravo! Bravo! São as palavras que merecem nossos políticos pela peça teatral que representam, ela chega a ser cômica. Porém, brava fico eu. Meu voto é um depósito de esperança por um Brasil melhor, e não gosto de ver minhas esperanças desaparecendo em virtude do calamitoso estado político atual igual ao sumiço repentino de nosso salário frente às altas tributações. Opto pela retirada das cortinas que cegam nossos olhos, olhares atentos e críticos de cidadãos.

Liege de Oliveira

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