T.C
A civilização ocidental é conhecida por seu legado grego-judaico-cristão, um conjunto de filosofias, teorias e costumes que a constituem.
Especificamente em nossa herança grega estão a medicina, filosofia, política, geometria, aritmética, arte e mesmo a história. Estes conhecimentos foram produzidos ao longo de 400 anos por uma civilização que se distinguiu de suas contemporâneas por sua criatividade e racionalismo.
E aqui, a criatividade vem antes do racionalismo porque com imaginação invejável surgiram na tradição popular os mitos que buscavam explicar o desconhecido. Esta qualidade também pode ser percebida no teatro, com mais de 300 tragédias (das quais, hoje, restam apenas 33) de três tragediógrafos: Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Ainda destaca-se Aristófanes, primeiro autor cômico para palco, que debatia temas da vida pública em suas peças, assim como nós utilizamos a mídia para a mesma finalidade.
O fato é que o ocidente se orgulha de seu legado grego, da democracia que é igual à helena apenas no nome, do culto à razão e ao belo. Sim, talvez o amor ao belo seja inerente ao ser humano, mas em lugares como Atenas e Esparta, importantes cidades-estados da Grécia clássica, este conceito era levado ao extremo. Seja preparando-se para as guerras ou para os jogos, a devoção à beleza ganhou aparência de patologia. Podemos até imaginar aquelas enormes esculturas estabelecendo padrões, como fazem nossas revistas com suas celebridades ostentando uma beleza inatingível, exceto pelo minucioso trabalho digital. Será que é daí que herdamos o costume de excluir o diferente e a fé de que a beleza são aquelas medidas que alguém – Deus sabe quem! – um dia ditou?
Talvez este seja o tempo da “filha da Grécia”, também se orgulhar de ser judaico-cristã, onde o amor ao próximo e a igualdade, ao menos, são um ideal.
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